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Qual o valor das auditorias dos relatórios de sustentabilidade?

Verificação Independente, Asseguração ou Assurance de Relatórios de Sustentabilidade – Padrão AA1000AS (AccountAbility Assurance Standard)

Verificação Independente, Asseguração ou Assurance são termos utilizados para o processo de auditoria dos Relatórios de Sustentabilidade, que tem como objetivo trazer mais credibilidade aos relatórios e confiança para os leitores em suas tomadas de decisão. Diferentemente das auditorias financeiras, que hoje são mandatórias em muitos casos, como nas empresas de capital aberto, as auditorias de relatórios de sustentabilidade ainda são vistas dentro de um mercado em expansão que acompanha a tendência mundial rumo ao aumento da transparência das corporações. Além de ser uma tendência de mercado, é de extrema importância que as organizações busquem antecipar futuras regulações e questionamentos de stakeholders, transmitindo confiabilidade de controles internos e do relato de informações não financeiras aos stakeholders das organizações por meio de processos de verificação externa.

Existem diversas metodologias utilizadas por empresas de verificação externa para conduzir seus processos. Duas delas vêm sendo aplicadas em larga escala: a ISAE3000 e a AA1000AS. A AA1000AS será apresentado com mais detalhe em seguida:

O resultado principal deste processo é a Declaração de Garantia, também chamado de Carta de Asseguração, documento que deve ser público e divulgado no Relatório de Sustentabilidade, que contempla as considerações da instituição verificadora sobre o relatório e os processos de gestão e de geração de informações da organização relatora - embasadas pelos princípios da AA1000AS. Além disso, este processo gera um relatório interno que contempla pontos de oportunidade de melhoria para gestão de sustentabilidade e o processo de inclusão de stakeholders na definição de temas relevantes para o relato.

É um processo de verificação independente que vai além da verificação de dados, ele proporciona a avaliação da implementação da sustentabilidade na estratégia e na gestão das organizações, incluindo a avaliação de riscos e oportunidades. Ele analisa também o processo do relatório: definição de conteúdo, identificação de stakeholders e definição da materialidade (relevância dos temas).

O processo de Assurance permite ainda fornecer considerações independentes sobre como a organização está tratando os temas relevantes para ela e a sua capacidade de aprendizagem, observando-se o contexto em que a organização se encontra, do ponto de vista externo (mercado) e interno (mudanças operacionais e de estrutura).

Segundo o estudo de 2016, “Generating Value from External Assurance of Sustainability Reporting” do WBCSD (World Business Council for Sustainable Development), há três estágios de maturidade que podem ser vivenciados pelas organizações em processos de Assurance. O modelo do WBSCD demonstra o valor do processo de Assurance para as organizações interna e externamente, em cada estágio:

O modelo demonstra que organizações no estágio “Responsivo” geralmente estão cientes sobre requisitos externos, mecanismos de mercado, pressões e expectativas externas, e buscarão verificação limitada em dados ou alguns KPIs em resposta a essas questões, ou seja, motivados de forma reativa.

As organizações no estágio “Enhanced” ou “Aprimorado” buscarão a verificação externa em nível limitado ou razoável sobre as informações relevantes e potencialmente sobre o processo de elaboração do relatório. O objetivo aqui é desenvolver ou melhorar o controle interno e coleta de dados com o foco em melhorias no desempenho de sustentabilidade. Neste estágio, empresas começam a procurar formas de melhorar o desempenho para seu próprio benefício, não apenas em resposta a pressão externa. Isto por sua vez significa que elas são mais propensas a perceber os benefícios de médio e longo prazo.

As organizações relatoras no estágio “Alavancado” estão buscando ganhar uma vantagem competitiva através da diferenciação estratégica ao reforçar a transparência e confiabilidade por meio do Assurance. Elas muitas vezes buscam o Assurance para garantir que o relatório completo cumpre os princípios para relatórios de sustentabilidade geralmente aceitos, incluindo o equilíbrio e a materialidade. Essas organizações normalmente vão além da verificação com foco na precisão de informações, pois utilizam o Assurance para buscar um alto nível de confiança na sua transparência e confiabilidade, o que pode oferecer múltiplos benefícios internos e externos de longo prazo.

Desta forma, ressalta-se que os processos de verificação externa possuem um grande potencial de apontar oportunidades de melhorias para as organizações no processo de geração de informações para relato, mas também para práticas de gestão internas.

Do ponto de vista externo, a Declaração de Garantia (Assurance Statement), documento para publicação no relatório, traz maior credibilidade e confiança em nome da organização relatora. A declaração é escrita de forma clara e específica, de acordo com as conclusões do processo. A AA1000AS é um dos padrões de Assurance recomendados pela GRI. Destaca-se ainda que os princípios daAA1000AS estão bastante alinhados com princípios das diretrizes GRI G4 de relatórios de sustentabilidade, permitindo avaliações muito pertinentes do ponto de vista de aplicação efetiva da GRI nos processos de relato das organizações.

Nas palavras do Michael Meehan, CEO da Global Reporting Initiative " a confiança é a moeda do mercado".

" A confiabilidade das informações contidas em relatórios corporativos é um fator chave no aumento da confiança e segurança que as partes interessadas têm nas empresas.

Como as outras formas de comunicação corporativa, o processo de comunicação sobre a sustentabilidade leva a uma maior confiança nas corporações que produzem essas informações.”

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