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Qual o valor de uma auditoria?

Quando falamos de práticas de sustentabilidade voltadas à gestão de fornecedores, é bem comum citar as auditorias socioambientais, principalmente em setores onde a cadeia produtiva possui um volume grande de fornecedores, como é o caso dos setores têxtil e agrícola. Mas o que representa isso num contexto econômico? Qual o “valor” de uma auditoria?


É comum considerar as auditorias como um mal necessário, que gera custos e demanda tempo das empresas auditadas. Esse fato leva a uma opinião geral de que auditorias são somente fatores de custo, sem produzir efeitos financeiros positivos para as organizações. Essa opinião é muitas vezes baseada na falta de visão estratégica e que não reflete os resultados que auditorias geram de fato.


Grandes organizações estão cada vez mais utilizando processos de auditorias socioambientais em seus fornecedores como uma forma de monitorar potenciais riscos na sua cadeia e assim prevenir os problemas na sua origem. Em vários setores, a malha fornecedora é extensa e complexa, gerando um volume alto de auditorias e assim sendo, destinando um montante financeiro considerável para sustentá-las. O problema é que não há uma visão estratégica sobre como os processos de auditorias devem ser aplicados. As organizações precisam conhecer sua cadeia de fornecimento, definir suas categorias que representam maior risco e assim estabelecer critérios para um roteiro de auditoria de forma mais assertiva, alinhado com os interesses e objetivos das organizações.



Segundo o site Standards Map (standardsmap.org), atualmente existem mais de 200 normas e certificações de sustentabilidade no mundo, tanto setoriais quanto padrões de escopo específico, tais como, emissões, direitos humanos, manejo florestal, e outros. Além do grande número de certificações, muitas vezes são normas desenvolvidas por alguma associação setorial, que com frequência, são aderidas pelas mesmas empresas que aplicam adicionalmente seus próprios processos de auditorias. Neste caso, estamos falando de auditorias duplicadas, porém não complementares. É necessário um trabalho forte para que as auditorias sejam integradas, um grande desafio para as organizações do mesmo setor, concorrentes, e que compartilham da mesma cadeia de fornecimento.


Sob a ótica dos auditados é ainda mais comum haver questionamentos, sejam pelo custo direto das auditorias (quando financiadas pelo auditado), seja pelos valores destinados a adequações, que muitas vezes se referem à demandas legais, portanto, mandatórias. O que falta nas empresas auditadas na verdade é um conhecimento básico de sistemas de gestão para apoiar a realização das auditorias, e até mesmo se prevenir de adequações não previstas nos orçamentos administrativos.


A ausência de uma pessoa ou área responsável, a ausência de processos de auditorias internas, procedimentos, ferramentas e controles das pendências para monitoramento e a falta de mecanismos de prestação de contas são exemplos de fatores tornam as auditorias cansativas e custosas. Essa percepção é um risco para as empresas que desejam se manter num mercado de alta competitividade. É preciso urgentemente aprimorar os conhecimentos de gestão para sair na frente, diminuir riscos, melhorar performances e fidelizar clientes.


Se quiser saber o valor real de uma auditoria, pergunte aos acionistas de uma empresa de material esportivo qual o valor que uma foto de uma criança costurando uma bola de futebol é capaz de destruir. Pergunte a um empresário que teve seu contrato cancelado por um cliente e teve que desligar funcionários para reduzir custos. Pergunte o valor real de uma auditoria à família de um empregado que teve sua vida salva por usar um equipamento de segurança adequado. Imagine o valor que uma auditoria proporciona para um governo que possui uma previdência social falida e precisa sustentar um trabalhador doente ou acidentado. Toda auditoria possui um custo, mas no final, é um processo que gera muito mais valor!

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