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2017 - Transformar os desejos em impactos!

Para muitas empresas, o ano 2016 foi um ano perdido, com muitas notícias ruins e eventos negativos. Esses fatos impactaram também os profissionais e áreas de sustentabilidade das empresas, que sofreram um revés nas suas iniciativas e esforços para avançar com as práticas nas organizações. Porém, esse revés não foi somente um resultado do contexto econômico: Ele evidencia que falhamos em demonstrar o impacto das iniciativas de sustentabilidade.


Beat Grüninger

Na virada deste ano muitos profissionais de sustentabilidade devem ter desejado o que todos nós esperamos: A retomada da economia brasileira e dos programas de sustentabilidade. Mas antes disso, vale a pena respirar fundo e fazer uma pergunta: O que fizemos errado? Porque os projetos de sustentabilidade foram objeto da "caneta de cortes" nos orçamentos das empresas?


A resposta, a meu ver, é simples e curta, não conseguimos demonstrar a importância estratégica e o impacto que os projetos tem para as organizações e seus stakeholders. Embora tenhamos avançado com ferramentas de avaliação, de relato e de gestão da sustentabilidade, ainda não conseguimos evidenciar de forma clara, o que estamos perdendo em não avaliar e respeitar as dimensões éticas, sociais e ambientais das operações das empresas e quais os ganhos que as organizações poderiam obter a curto, médio e longo prazo, tanto no mercado como no relacionamento com seus stakeholders. A lição é clara, nosso compromisso como profissionais de sustentabilidade para 2017 é demonstrar impacto, caso contrário, vamos patinar para sempre.


Vamos começar pelo lado mais fácil, demonstrar o impacto da omissão, do "não fazer", do querer economizar na área errada e priorizar o resultado financeiro a curto prazo. Exemplos não faltaram em 2016: multas milionárias, paralisação de um setor inteiro devido a omissões éticas de empresas no maior escândalo de corrupção corporativa do Brasil, paralisação das operações e danos para regiões inteiras em decorrência do maior acidente ambiental do Brasil, ocorrido na véspera de 2016, ou a perda de vidas no acidente aéreo resultado de uma omissão de regras básicas de segurança. Até aqui tudo bem, entendemos a mensagem, mas precisamos entender que os três casos foram resultados de decisões equivocadas tomadas conscientemente ao longo da gestão das empresas. Por isso uma primeira lição: vamos aumentar a nossa voz, vamos buscar demonstrar que uma gestão omissa, sem compromisso com a sustentabilidade, pode ser crítica à vida das organizações.


Agora o lado menos fácil e, portanto, um tanto mais desafiador para nossa área. Temos que demonstrar os impactos positivos das ações e práticas de sustentabilidade do dia a dia com mais rigor. Embora sejam relatados hoje uma série de dados sobre o desempenho em sustentabilidade, não acompanhamos os impactos com a mesma rigidez. Qual o impacto de um programa de diversidade na inovação e no clima organizacional? Qual o impacto das horas de treinamento para produtividade? Qual é o impacto de um programa de certificação social para redução do passivo trabalhista e redução da rotatividade da mão de obra? Quanto o programa compras sustentáveis contribuiu para redução de emissões e resíduos na cadeia de fornecimento? Quantos novos clientes e investidores foram ganhos devido à política de responsabilidade socioambiental e de compliance ética? Quanto o programa de redução do consumo de água contribuiu para evitar a escassez desse recurso na comunidade?

São questões dessa natureza que devem guiar nossos esforços. Temos ferramentas suficientes para criar novas métricas, caminhamos já para o conceito do Relatório Integrado, temos o conceito de diferentes capitais, da criação de valor, mas na prática, estamos longe de desenhar e medir com clareza, o quanto uma ação ou omissão impacta de fato o resultado final da obra e é nisso que temos que trabalhar em 2017: Transformar nossos desejos em impactos positivos!

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